sexta-feira, 30 de abril de 2021

Uma viagem pelo Jazz

Hoje 30 de abril é o dia do jazz.
Entendemos que na história de toda a música popular que aconteceu no nosso continente encontramos uma primeira cristalização dos estilos musicais, em torno do ano 1880; depois uma maturidade desse momento, em torno do ano de 1920. Nos anos 40 podemos observar como os gêneros se ligaram com a dança. Em meados dos anos 40 se cria um momento de experimentação musical, depois uma resposta minimalista, até que nos anos 60 e 70 os estilos se abriram em duas direções: uma partiu para uma linguagem de vanguarda e outra se caracteriza pela fusão e o diálogo com outros gêneros. O jazz em particular é um estilo musical que se reconhece porque usa determinados ritmos que constituem subgêneros, tem uma instrumentação própria, uma história ligada a New Orleans e a uma série de composições que se cristalizaram, como parte do repertório, conhecidas como standars (composições próprias do estilo). O jazz tem sua própria linhagem, uma descendência que vem sendo construída com o Blues desde o século XIX, depois transitou pelo Rag-time e o Dixieland, na primeira década do século XX, mais tarde se tornou popular e dançante com o Swing, até que nos anos 40 o BeBop começou a se materializar no formato de quinteto ou sexteto. Ampliaram-se o tamanho dos improvisos, se enriqueceram as harmonias. O estilo começou a ser apreciado em pequenos clubes, e aos poucos começou dialogar com a musicalidade latina até se tornar um estilo aberto a um caminho mais universal. A partir deste momento o Bebop abre caminho para um estilo mais minimalista que se conhece como Cool Jazz. Aquela apertura estética que começa no diálogo com a musicalidade latina, incorporou no começo dos anos 60 a musicalidade brasileira, até que nos anos 70 o jazz começou a se misturar e ganhar uma personalidade mais internacionalista até se tornar na realidade um conceito artístico ligado com a improvisação, conceito que poderia ser estendido inclusive a outras artes como a dança, a pintura, a literatura ou o cinema. O QUE É JAZZ HOJE? Hoje é difícil dizer que é o que seria jazz ou o que não seria jazz. Mas, quando nos aproximamos um pouco reconhecemos que existe a cena do jazz que é diferente da cena da música clássica ou do tango ou do samba,por exemplo. E inclusive dentro dos músicos ou do público de jazz existem muito claramente demarcadas as fronteiras entre os que desenvolvem um gosto ligado a um jazz mais antigo, outros que tocam standards, outros que escolhem algo mais livre e outros que preferem um jazz em diálogo com outros estilos. A AMPLIDÃO DO TEMA. A pesar de existir esta identificação jazzística, a partir de determinado momento o que seria englobado no nome jazz ganhou uma amplitude muito grande. Grupos como Weather Report, Chic Corea, ou os brasileiros Egberto Gismonti, Hermeto Pascoal, os do samba jazz e Elis Regina poderiam participar de festivais de jazz sem que eles tocassem exatamente de acordo ao que se reconhecia como jazz até uns anos atrás. Com este novo conceito se poderia escutar em um programa de Jazz a Louis Amstrong, Astor Piazzolla, Billie Holiday, Tom Jobim, Bill Evans e Paul Desmond sem que isso pudesse intimidar ao os ouvintes.
FINAL. Os músicos agradecem porque o jazz abriu caminho para a música instrumental, destacou o papel dos solistas, ampliou o conceito de instrumentações na música popular, dialogou com estilos diferentes rejuvenescendo a musicalidade para todos os horizontes. Enfim, bem vindo o jazz que ao fim ao cabo abriu os horizontes da música do mundo inteiro para novas experiências e novas atitudes.

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