domingo, 5 de julho de 2015

A Bateria no Tango

A bateria no Tango

No percurso da historia a bateria foi muitas vezes preterida pelo preconceito generalizado que se tem pelo instrumento. No Tango a coisa não foi diferente.
Como diz o meu amigo Jose Vicente Boesmi  ( dono de um dos maiores acervos de fotos e gravações de Piazzolla), “um amante do Tango tradicional não  aceita nem uma virgula  de transformação no roteiro ritual do Tango, mas, para o bem da música, aos poucos o público vai mudando e, assim, o tango pôde abrigar novos timbres,  trazidos pela bateria por exemplo, e deste modo conviver com o novo”.

Os protagonistas.

Se quisermos lembrar alguns bateristas famosos não podemos deixar de citar a Jose “Pepe” Corriale, que tocou com Francisco Canaro nos anos 30, e anos mais tarde com Osvlado Fresedo, Julio de Caro, Carlos García e Libertéla e Lucas Demare. Mariano Mores, que foi o primeiro baterista de Astor Piazzolla. Temos que lembrar também de Enrique “Zurdo “ Roisner (tocou com Dino Saluzzi,Leopoldo Federico, mas se consagrou como o batera histórico de Piazzolla),e ainda de Norberto Minichilo, com seu trio “Terceto”,  e, dos atuais, de  Jose Luis Colzani ,que tocou com Manolo Juarez, Jose Colangelo  a Luis Cerábolo  (este gravou com Piazzolla e seu grupo eletrônico em 1977), de Lucas Canel, que toca em trio com Mario Parmisano, de Quitino Cinalli, que toca com Saluzzi  e de “Pipi”Piazzolla (neto do  Piazzolla), este líder do grupo “Scalandrum” e batera do disco de Pablo Aslan , “Piazzolla em Brooklin”, um disco indiscutivelmente importante na nova perspectiva do estilo.




           Sobre o lugar da bateria.



É importante destacar, comenta meu parceiro Juan Pablo Navarro (para mim, um dos maiores contrabaixistas de tango da atualidade) que a bateria no Tango não é um instrumento que possa ter uma performance mais de liderança como acontece no jazz ou na música latina , aqui se subordina ao piano e ao baixo atuando como um complemento. Podemos dizer, continua Pablo, que a bateria é tratada mais como percussão, como algo flexível e que nunca se deve impor ao baixo e ao piano, é mais algo de contraponto que de protagonista. (Na foto Jose Corriale)



Os ritmos que fazem parte do Tango.


Falando estritamente dos ritmos internos do tango, podemos enumerar 1) a milonga (habanera e a milonga surenha ); 2)o tango candombe; 3)  o tango propriamente dito; 4) a valsa (mais intimista e mais rápida) e 5) o estilo Piazzolla.
(Na foto Pipi Piazzolla que representa a atualidade na bateria no Tango).
Vamos a continuar com este tema incluindo gravações e exemplos escritos para ampliar o artigo e dar realmente um contexto com o qual se possa compreender melhor a multiplicidade de variantes que envolve o tema.
Abraços para todos. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário