domingo, 22 de julho de 2018

Arte popu- clássica.


Arte popu- clássica.

A música na América tem uma mesma raiz, ela é européia, indígena e africana, desta mistura nasce o jazz, o choro, o tango e o son cubano.
No inicio do século XX até 1960 no Brasil e na Argentina compositores como Heitor Villa Lobos, Radamés Gnatalli, Alberto Ginastera e Astor Piazzolla inspirados pelas raízes ancestrais desdobram estes ritmos e melodias com elementos da música clássica criando uma verdadeira revolução que no começo não agradou nem aos cultores da música de concerto, nem aos da música popular.
Anos se passaram para que estes criadores atingissem um espaço, as razões para desconsiderar estas obras tinham argumentos dos dois lados.
Dos puristas populares no Brasil argumentando que incorporar arranjos de cordas ao choro ou ao samba (como ocorreu com Radamês ou Tom Jobim) estaríamos desnaturando o estilo; na Argentina, que se mexêssemos com os ritmos do tango (como aconteceu com Astor Piazzolla e Eduardo Rovira) o tango iria acabar.
Do lado dos puristas do clássico também existia um desconforto por que utilizar um bandoneon como solista de uma orquestra sinfônica parecia uma profanação, ou orquestrar uma melodia de choro seria um no sense.
Hoje em dia, passados os anos, as brigas continuam, mas cresce a possibilidade de aceitar uma convivência entre os novos caminhos que os estilos estão percorrendo.
No caso dos puristas populares o ressentimento vem por que a forma de tocar tradicional aparece com o rotulo de datada e parece que simplesmente se deixa de atualizar por uma questão de moda, do lado dos puristas eruditos por que tem que dividir espaços na salas de concerto com expressões artísticas que para eles não tem valor.

Conclusão.


A arte é dinâmica e suas manifestações sendo verdadeiras sempre serão aceitas como válidas pelos espíritos sensíveis. A máxima que rege a arte é a da qualidade e se ela está presente teremos que apenas entender que se uma arte é verdadeira, por nenhum motivo poderíamos aceitar que seja  coagida sua liberdade.