Arte popu- clássica.
A música na América tem uma mesma raiz, ela é européia, indígena
e africana, desta mistura nasce o jazz, o choro, o tango e o son cubano.
No inicio do século XX até 1960 no Brasil e na Argentina
compositores como Heitor Villa Lobos, Radamés Gnatalli, Alberto Ginastera e Astor
Piazzolla inspirados pelas raízes ancestrais desdobram estes ritmos e melodias
com elementos da música clássica criando uma verdadeira revolução que no começo
não agradou nem aos cultores da música de concerto, nem aos da música popular.
Anos se passaram para que estes criadores atingissem um
espaço, as razões para desconsiderar estas obras tinham argumentos dos dois
lados.
Dos puristas populares no Brasil argumentando que incorporar arranjos de cordas
ao choro ou ao samba (como ocorreu com Radamês ou Tom Jobim) estaríamos
desnaturando o estilo; na Argentina, que se mexêssemos com os ritmos do tango (como
aconteceu com Astor Piazzolla e Eduardo Rovira) o tango iria acabar.
Do lado dos puristas do clássico também existia um
desconforto por que utilizar um bandoneon como solista de uma orquestra sinfônica
parecia uma profanação, ou orquestrar uma melodia de choro seria um no sense.
Hoje em dia, passados os anos, as brigas continuam, mas
cresce a possibilidade de aceitar uma convivência entre os novos caminhos que
os estilos estão percorrendo.
No caso dos puristas populares o ressentimento vem por que a
forma de tocar tradicional aparece com o rotulo de datada e parece que simplesmente
se deixa de atualizar por uma questão de moda, do lado dos puristas eruditos
por que tem que dividir espaços na salas de concerto com expressões artísticas
que para eles não tem valor.
Conclusão.
A arte é dinâmica e suas manifestações sendo verdadeiras
sempre serão aceitas como válidas pelos espíritos sensíveis. A máxima que rege a
arte é a da qualidade e se ela está presente teremos que apenas entender que se
uma arte é verdadeira, por nenhum motivo poderíamos aceitar que seja coagida sua liberdade.